Deixando de
consumir energia da rede?
Em alguns lugares do mundo, onde
a energia solar já está estabelecida e as políticas de incentivo já não são
mais tão necessárias, como por exemplo a Alemanha, EUA e Austrália, a
comercialização deste excedente de energia já não faz muito sentido. Isso
acontece pelo fato da energia solar ter se tornado uma fonte de energia muito
acessível, tendo o seu custo mais vantajoso do que a energia comercializada
pelas concessionárias de energia.
Quando o
preço da energia proveniente de seu Sistema FV é mais em conta financeiramente do
que a energia disponibilizada pelas concessionárias e pelo sistema elétrico de
cada região, a energia excedente injetada na rede, recebida pelo consumidor em forma
de créditos ou mesmo vendida, deixa de ser vantajosa. E é exatamente enxergando
esse comportamento que o mercado de armazenamento de energia se torna
extremamente interessante e cada vez mais viável para o público.
O armazenamento de energia, seja
ele elétrico através de baterias, seja ele térmico com o aquecimento de água em
um boiler elétrico, destina o excedente de energia à uma dessas aplicações, fazendo
com que sua energia seja otimizada ao máximo e o desperdício seja cada vez mais
irrisório.
Dentro do Setor Elétrico, existe
ainda uma modalidade de comercialização de energia, onde o consumir final não consome
sua energia diretamente das concessionárias de energia, mas sim diretamente de
uma empresa que a comercializa. Esta modalidade é conhecida como Mercado Livre
de Energia. As regras, critérios e demais informações podem ser encontradas
diretamente no site da ANEEL, pois não é o intuito deste artigo.
O que vale ser ressaltado aqui é
o fato de que para participar do Mercado Livre de Energia, as empresas
responsáveis pela venda deverão possuir fontes de energia classificadas como incentivada,
como por exemplo Solar, Eólica e PCH (Pequena Central Hidrelétrica).
Nesta situação, os responsáveis
pela geração de energia não podem trabalhar com excedentes de energia em seu
sistema, pois podem ser multados. Portanto, não existe aqui um ambiente de
compensação de créditos, mas sim um contrato com valores pré-definidos de
demanda de energia em que o consumidor deverá negociar previamente com os seus
potenciais fornecedores.
Para evitar que a energia seja
devolvida à rede no ambiente de comercialização de energia como no Mercado
Livre e, para que o máximo de energia seja reaproveitado pelas fontes de
armazenamento como visto anteriormente, utiliza-se o conceito Zero Feed-in.
O que é Zero Feed-In?
Como vimos no início deste
artigo, o termo Feed-in Tariff diz
respeito à tarifa de injeção na rede, logo o termo Zero Feed-in nos passa a ideia de que nada será injetado na rede,
ou seja, Zero Injeção.
Isso é possível com a ajuda do
medidor inteligente bidirecional da Fronius, chamado Smart
Meter, onde a energia gerada pelo Sistema FV, a energia consumida pelas
cargas, o excedente de energia e, por fim a energia consumida da rede, são
todas monitoradas e parametrizadas através do equipamento. Esses dados podem
ser facilmente ilustrados e compreendidos na plataforma de monitoramento online
da Fronius, chamada Solar.web.
Esta função, realizada com o
auxílio do Smart Meter, permite que
apenas a energia necessária para alimentar as suas cargas seja drenada do
Sistema FV, pois o medidor
faz esse trabalho de dosar e entender o quanto de energia é necessário naquele
momento. Quando há muita geração, mas pouco consumo, este excedente não é de forma alguma injetado na rede.
Já na situação inversa, quando há muito consumo e pouca geração, toda a sua
geração é destinada para as cargas e o restante de energia necessária para
fazê-las funcionar, vem diretamente da rede.
Mas qual o
benefício?
Além do Mercado Livre de Energia,
onde essa prática é obrigatória, para os demais projetos, o Zero Feed-In pode
ser entendido como uma situação muito específica, pois não necessariamente devemos
impedir essa injeção na rede, o que vai depender muito das características e
legislação de cada país. Vale lembrar
que essa limitação de injeção ainda pode ser parametriza, como por exemplo,
injetar apenas 10%, 20 ou 30% da energia gerada, ou ainda possuir um valor fixo
de potência, como por exemplo 2.000W.
Essa limitação de potência revela
os seguintes benefícios:
- A sua energia excedente pode ser armazenada, ou seja, você não se
desfaz ou mesmo a desperdiça (Ex.: banco de baterias)
- Aumento do número de conexões de Sistemas FV à rede. Uma vez que
toda a energia gerada já é consumida diretamente, o número de conexões não
interfere no comportamento da rede da distribuidora de energia local.
- Adiamento em investimentos da infraestrutura da rede local. Uma vez
que muitos Sistemas FV se conectam à rede, a infraestrutura local pode sofrer
alterações e altos investimentos como a troca de cabeamentos, transformadores e
etc, porém quando não há injeção na rede, esse investimento pode ser adiado.
- Inibe o aumento de tensão. Isso acontece pelo fato de que o Sistema
FV acaba não atingindo níveis elevados de excedente de energia, o que acarreta
na não elevação de tensão.
- À prova de mudanças. Quaisquer que sejam as alterações na
compensação de energia que a agência nacional pode vir a optar, a limitação de
potência permite que o seu sistema esteja sempre preparado para os mais
diversos cenários.
- Independência, pois uma vez que as tarifas de energia continuam a
aumentar, utilizar cada vez mais a energia proveniente de seu Sistema FV é a opção
mis acessível para todos.
- Eficiência. Com a utilização da energia de acordo com o seu
consumo, a previsão de um projeto de eficiência energética pode não só melhorar
a qualidade da sua instalação, mas também acarretar em sistemas menores e mais
acessíveis.